Dom Afonso Henriques, fundador deste país, fez para com Santa Maria o seguinte compromisso: «Desejando agora ter também por advogada diante de Deus a Bem-aventurada Virgem, coloco-me a mim, ao meu reino, ao meu povo e aos meus sucessores debaixo do amparo e protecção de Santa Maria» (…) «pagando-Lhe todos os anos, como feudo e vassalagem, 50 maravedis de ouro…» Séculos mais tarde, na Restauração, D. João IV vem renovar este compromisso. Por decreto real de 25 de Março de 1646, D. João IV declarou: «… e uma vez mais eu ofereço-Lhe» (à Virgem da Imaculada Conceição) «em meu nome e em nome dos meus descendentes, sucessores, reinos, senhores e vassalos, entregando à Sua Santa Casa da Imaculada Conceição 50 cruzados de ouro todos os anos, como um sinal de tributo e vassalagem. Eu escolho esta Igreja, situada em Vila Viçosa, porque ela é a primeira na Península Ibérica chamada com o título de Imaculada Conceição.»
Onde estão os sucessores destes Reis a cumprir a promessa feita por eles de se colocarem debaixo do amparo e protecção de Santa Maria, atitude simbolizada na entrega anual dos 50 maravedis ou cruzados de ouro?! Há muito que esta promessa foi esquecida…
Por isso, Maria, que não quer que nos esqueçamos de Lhe confiar as nossas vidas, como boa e cuidadosa Mãe que é, veio lembrar-nos este compromisso de Portugal, pedindo-nos em Fátima 50 Ave-Marias diárias, com as quais Lhe entregamos o coração e Ela derrama sobre nós todo o tipo de bênçãos…
Quereremos nós, portugueses, pagar esta dívida pública a Santa Maria, contribuindo assim eficazmente para resolver, pelos meios espirituais trazidos do Céu, tantas ‘crises’ que se vivem em Portugal e que os meios somente humanos não conseguem, ou às vezes não querem, resolver?
Que nos tornemos a geração da confiança, com o Terço nos lábios e no coração, diariamente, para que se realize entre nós a promessa de Nossa Senhora de Fátima:
«Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará»… sobre todas as injustiças e males.
(artigo de Fernanda Mendes, in Senza Pagare)