O que é a Missa? Jesus Cristo, na última vez que celebrou com os seus apóstolos a ceia pascal antes da sua Paixão, quis instituir a Sagrada Eucaristia, para ficar para sempre connosco na história humana. Assim, faria presente em todos os tempos o Seu sacrifício da cruz, que ofereceria horas depois, dando-nos ao mesmo tempo o Seu corpo e o Seu sangue como alimento para a vida sobrenatural da nossa alma. Na Santa Missa é feita a renovação do mesmo e único sacrifício da cruz, agora de modo incruento (sem derramamento de sangue), sob as espécies de pão e vinho, quando o sacerdote, que representa Cristo, realiza a acção que o próprio Senhor cumpriu e ordenou aos seus discípulos que fizessem em sua memória: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22, 19). A frase está no imperativo, portanto, Jesus não está a pedir um favor, está a ordenar-nos que celebremos a Eucaristia em Sua memória, para O recebermos, para recebermos os benefícios da Sua redenção, para reforçar a nossa comunhão com Ele, para termos vida espiritual. Se nos dizemos cristãos não podemos desconsiderar uma instrução tão clara de Jesus.

Por que tenho de ir à Missa todos os Domingos? Jesus Cristo não morreu pela humanidade em geral, mas por cada pessoa em particular, em concreto, em específico! A morte de Jesus na cruz é o momento da Sua entrega total por mim. Ele estava a pensar em mim naquele momento! Por isso, Ele quer que eu esteja presente neste sacrifício e é justo que eu o faça. Na Eucaristia, realiza-se a plenitude do culto que os homens devem a Deus, o que é incomparável com qualquer outra experiência religiosa.

O que faço na Missa? Quando participamos no sacrifício da Missa devemos ter como objectivo quatro intenções: de Adoração, de Acção de Graças, de Petição e de Reparação.
Na Missa temos de Adorar a Deus – mostremos a nossa submissão a Deus, não apenas de forma mental e interior, mas também em actos externos; por isso nos oferecemos a Deus e ofertamos algo nosso, nessa oferta reside o fundamento de todo o sacrifício. No momento dos Ritos Iniciais, do Santo e da Consagração estamos a Adorar Deus.
Na Missa temos de fazer uma Acção de Graças a Deus – agradecendo tudo que temos pois o recebemos Dele. Agradecemos o que nos sabe bem e agradecemos o que nos incomoda, pois se pelo primeiro Deus nos conforta e mima, pelo segundo Deus nos corrige e desafia. Em grego acção de graças diz-se eukharistía, originando a palavra Eucaristia. Como este momento é tão importante ele deu o nome à Missa. No momento do Glória e nos Ritos Finais estamos a fazer a Acção de Graças.
Na Missa temos de fazer uma Petição a Deus – Jesus Cristo vive para interceder por nós, apresentando ao Pai a sua Paixão, pela nossa salvação. É nossa obrigação participar das preces da Igreja, que une as suas súplicas às do Esposo. No momento da Oração Universal quando oramos pelas intenções da Igreja, pedimos graças espirituais para nós e os outros e imploramos favores temporais, na medida em que nos forem úteis à nossa salvação; estamos a fazer a Petição.
Na Missa temos de fazer Reparação a Deus – é a expiação pelas faltas cometidas. Só Nosso Senhor Jesus Cristo pode expiar condignamente, pelo Seu Sacrifício, a ofensa feita ao Deus infinito. A cada pecador, este Sacrifício se aplica, sobretudo pelos Sacramentos, especialmente a Santa Missa. A Missa é Sacrifício expiatório, pois torna presente a Cristo em estado de vítima, com o Seu Corpo entregue por nós e o Seu Sangue derramado pelos nossos pecados. No momento do Acto Penitencial, da Consagração e das Doxologias estamos a fazer Reparação.
O sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo foi, verdadeiramente, de adoração, de acção de graças, de petição e de expiação. É por isso de importância verdadeiramente capital que nos convençamos de que não podemos viver a nossa fé, sem uma plena participação na vida da comunidade cristã e portanto sem tomar parte na assembleia eucarística de cada Domingo.
Nós não vamos ao aniversário de uma pessoa querida porque é a nossa obrigação, mas pelo amor que lhe temos. E, se vamos festejar quem amamos, não ficamos parados, a olhar para o tecto; pelo contrário, participarmos com a nossa alegria e manifestamos-lhe o nosso amor.