Amanhã será ordenado sacerdote, no Mosteiro dos Jerónimos, às 16horas, pelas mãos do Rev.mo Cardeal, Dom Manuel Clemente, o Diácono Artur Luís Delgado Farinha Alves.

Felizes com ele pela entrega incondicional da sua vida às causas do Reino, rezamos para que seja fiel aos compromissos que assume.

Segue-se um texto retirado do site do Patriarcado que nos relata traços da vida do Diácono Artur Delgado essenciais na escuta do chamamento de Deus e verificar a suavidade do chamamento em factos tão simples que nos recorda quando o Senhor, no monte Horeb, numa brisa suave, se encontrou com o Profeta Elias.

 

Enquanto jovem, Artur Delgado sempre procurou experiências de voluntariado pelo mundo. “Era aí que eu me sentia completo”, refere, ao Jornal VOZ DA VERDADE. Foram meses, sobretudo durante as férias, a visitar vários países e povos, mas sempre com o desejo de aprender mais das suas culturas. Artur fez a sua formação cristã em Lisboa, na Basílica da Estrela, Paróquia de Nossa Senhora da Lapa. Da parte dos pais, sempre recebeu a certeza de que queriam que “fosse feliz naquilo que escolhesse”, e, por isso, deram-lhe sempre “muita liberdade”. “Sempre que podia, viajava”. Nessas viagens, existiriam dois momentos determinantes para o seu percurso até ao seminário. O primeiro, há 20 anos, na Birmânia, quando num terminal rodoviário encontra uma criança a vender lixo. “Naquele instante, sinto a interpelação: ‘O que estás a fazer com a tua vida?’. Senti a necessidade urgente de oferecer a vida toda, que passava por ficar ali e ajudar, mas, durante uma semana, rezei e percebi que era voluntarismo”, revela. O segundo momento aconteceu na Guatemala, numa comunidade indígena. “Ao iniciar a subida para uma montanha, onde estava a comunidade, deixei a mochila com a carteira na sede da organização. Quando regressei, tinham assaltado a sede. Fiquei sem o passaporte. Numa aldeia de metros, percorri quilómetros à procura do passaporte. Senti que aquilo que Deus me disse foi: ‘Tu não precisas de mais nada, mas Eu estou contigo. Entrega-te, oferece-te, tal como estás’”, conta. Artur consegue regressar a Portugal e é orientado para uma conversa com o padre Ricardo Neves, no Seminário de Caparide. “Na primeira conversa, ele disse-me que fazia todo o sentido” a entrada no seminário. E assim foi, em 2007, e até ao quarto ano, quando o percurso foi interrompido. Mesmo assim, Artur completou a licenciatura e a tese de mestrado em Teologia. “Enquanto estava a fazer a tese, falei com o padre Mário Rui, que tinha acabado de ser nomeado diretor da Pastoral da Mobilidade e Turismo do Patriarcado. Fui ajudá-lo durante uma semana e acabei por ficar dois anos”, conta Artur Delgado, que ficou a colaborar na dinamização da Pastoral do Turismo na diocese. Com “a serenidade de quem já tinha entregue a vida” e “que sentia que o caminho era por ali”, regressa ao seminário. No trabalho pastoral, recebeu “um presente muito grande de Deus” ao exercer o seu ministério de diácono na Paróquia de Alcabideche, onde acompanhou os últimos meses de vida do padre João Braz, falecido em dezembro de 2019. Aos 46 anos, Artur Delgado afirma que a Igreja pode esperar dele, ao ser ordenado sacerdote, “entrega e obediência e ser um instrumento nas mãos d’Ele”.