Fizeram-se recentemente obras de consolidação no Santo Sepulcro de Jerusalém, dirigidas pela reconhecida cientista grega Antonia Moropoulou.

É bom ouvi-la, sobre o que viu – o sepulcro destapado e vazio – e como viu: «Vivemos uma experiência magnífica, única. Sentíamos que não estávamos só a trabalhar, mas que estávamos de joelhos e que todos os habitantes do planeta estavam connosco. Sentíamos não se tratar dum monumento normal, mas sim de um monumento único, do mais vivo de todos os túmulos. Aqui tudo está vivo, tudo manifesta a mensagem da ressurreição: a esperança e a bênção para milhões de pessoas. Estar ali, trabalhar ali, […] faz-te sentir que estás no lugar mais importante […] para os cristãos. No período de crise que atravessamos, podemos levar daqui uma grande mensagem de esperança. Mensagem dirigida também aos judeus e aos muçulmanos desta região, e também a quem não crê. O sepulcro de Cristo é único» (cf. Tierra Santa, janeiro-fevereiro de 2017, p. 30).

E, sobre as perturbações eletromagnéticas verificadas no momento de abrir o sepulcro, adiantou apenas, sem querer ultrapassar o seu campo próprio: «É um facto e como cientista anuncio factos: três dos nossos instrumentos e dois dos nossos computadores sofreram alterações no funcionamento, ou deixaram de funcionar. Realizadas as comprovações, foi preciso mudar as peças estropiadas» (ibidem).

No seu caso, nem, foi preciso “ver para acreditar”, como sucedeu com o discípulo diante daqueles panos esvaziados. Está como nós, que somos felizes por “acreditar sem ter visto” (cf. Jo 20, 29). Os olhos da fé, iluminados pelo encontro, convertidos na partilha, são mais claros e profundos.

A vida esvaziada de Cristo preenche-se agora em todos nós. – Sejamos o sinal do seu corpo verdadeiramente ressuscitado!

Sé de Lisboa, Domingo de Páscoa de 2017
+ Manuel, Cardeal-Patriarca

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